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Resolução do ano - O melhor planeswalker



Quando se fala de Planeswalkers recém editados não há grande consenso sobre o seu impacto em constructed (em especial Modern). O problema da sua análise, deve-se a dois aspectos;
1) A carta no vazio.
2) Aonde se encaixa.

Quanto à primeira parte, podemos ignorar totalmente as restrições e dissecar o que a carta nos dá.
Um dos parâmetros principais de um planeswalker é que seja capaz de gerar uma vantagem no momento que entra em campo. Se for capaz de comprar uma carta ou retirar uma do adversário, mesmo que seja destruído, já criou uma vantagem.

O segundo parâmetro é que possua uma forma de se defender de ataques. Desde destruir a criatura alvo até à criação de tokens.

Por último, que é geralmente o ultimate, é capacidade de ganhar o jogo.


Garruk e as selfies: "Eu e o meu machado"
A próxima questão é: aonde pode jogar? Um planeswalker reflecte perfeitamente o deck em que está a ser jogado. Basta pensarem em Elspeth, Sun's Champion que têm logo o flashback mental de Sphinx's Revelation e Supreme Verdict. No caso de Liliana of the Veil? Lingering Souls e Tarmogoyf. Nalguns casos o baralho molda-se a favor do planeswalker, noutros, é mais uma carta que está dentro das linhas da estratégia.

Determinar aonde jogar é a parte mais difícil, em Standard temos visto uma tendência de Abzan, Esper, Jeskai a serem as combinações mais fortes. O que é que isto nos diz sobre a escolha de um planeswalker?
Em Modern haverá espaço nalgum deck existente para a Kiora, Master of the Depths, ou Sarkhan Unbroken?

Um destes não têm nada a ver com os outros.
Quando estamos a fazer decisões em deckbuilding, por vezes não damos importância à justificação das escolhas e baseamo-nos em experiência ou instinto. Telling Time ou Anticipate? Languish ou Damnation? Apesar de semelhantes, é necessário fazer uma escolha com uma base prática:
Anticipate é capaz de "escavar" mais o grimório, fazem a selecção de uma de 3 cartas e passam imediatamente à 4ª carta no próximo draw.

Telling Time é uma manipulação mais selectiva do grimório, das três cartas do topo ficam restritos a duas das 3, e passam à 4ª carta no segundo draw.
Fora as considerações de em que baralho está a ser jogado, há também o factor Metagame. se Liliana of the Veil for predominante, Telling Time é uma escolha mais apropriada.

Languish e Damnation, é uma questão de alcance, Languish é capaz de lidar com indestrutíveis ou criaturas que se regeneram (Thrun, the Last Troll), mas não alcança as X/5+ como Tasigur, the Golden Fang, Gurmag Angler, Tarmogoyf, ...

Às vezes trata-se de uma preferência inexplicável; o flavor, a arte, o nome. Todos temos uma pet card, é aquela carta que ignoramos todas as interpretações lógicas e apesar de todos dizerem que a carta não é grande coisa, continuamos a jogá-la. Dito isto, passo a apresentar o melhor planeswalker que existe:

Jace? Não mencionemos esse nome.

O que define este planeswalker, é todas as suas habilidades conterem uma restrição: artefactos.

Seguindo as linhas gerais de avaliação de um planeswalker:
No vazio (assumindo que há ausência da restrição, ou, que todo o baralho é composto por artefactos.):
+1: Card Advantage
-1: Capaz de se defender
-4: Capaz de ganhar o jogo


Aonde se encaixa:
Começando pelo custo de 4 manas, azul e preto, e tendo uma restrição pesada de só lidar com artefactos, não encaixa em nenhum arquétipo existente. É uma carta que encaixa em que género de baralho? Control, Aggro, Combo, Midrange?

Em modern temos alguns elementos disruptivos sobre a forma de artefactos:
Control

Chalice of the Void , Trinisphere , Ensnaring Bridge , Damping Matrix

Relic of Progenitus , Grafdigger's Cage , Pithing Needle
A maioria é jogada em Legacy e Vintage, em decks de MUD/Stax. É a principal forma de "controlo" que possui. Mas em Modern não temos Ancient Tomb ou City of Traitors para fazer o turno 1 Chalice of the Void. A falta de aceleração incolor é o motivo pelo qual esta estratégia não é possível.

Aggro

Shota Yasooka é talvez o jogador com melhores resultados com decks Tezzeret, podem ver a lista do Grand Prix Kobe - 2014/8/23 aqui.
4 Mutavault, 4 Blinkmoth Nexus, 4 Darksteel Citadel são o expoente da vertente tapped out. O plano é baixar Tezzeret e fazer -1 em tudo o que se mexa.

O problema desta lista é que não se traduz bem à actualidade. Kolaghan's Command aparte, oferece pouco mais que 4 Inquisition of Kozilek e 5 Removal , quatro dos quais à mercê de Spell Snare. Abzan e Grixis seriam um pesadelo de matchup, contra Tron pouco interage e contra Burn e Infect estaria a rezar para não perder antes de baixar um Tezzeret.
E o melhor que consegue? Baixar um Tezzeret, Agent of Bolas ao turno 3 e atacar para 10 no turno quatro.

Combo

Dada a natureza do Tezzeret, capaz de manipular o grimório tão a fundo, acredito que seja esta a resposta. Tal como Splinter Twin (Grixis), pode fazer um plano Proactivo ou Reactivo, dentro do azul e preto têm-se a hipótese Proactiva: disrupção da mão, usar a habilidade -1 de forma agressiva, ou Reactiva: removal geral, counterspells, ou card advantage.

Porquê então a falta de tentativas em combo? Simplesmente porque não há uma.
Mindcrank é uma possibilidade, não muito boa. Proteus Staff também, mas lenta. Não tenho a menor dúvida da peça que falta:
s-sh-shinny!
O que esta carta representa é uma saída para jogadores de control, seria o emergency button para estabilizar contra todos os decks aggro (Affinity, Burn, Infect, Zoo).
O que esta carta representa para Tezzeret, Agent of Bolas? Inclusão automática de Ensnaring Bridge, uma win condition, e um estabilizador contra decks rápidos.

Para mim, há uma linha que separa os baralhos de Tezzeret; inclusão ou exclusão de Ensnaring Bridge e Chalice of the Void. Estas são as cartas que melhor podem definir o baralho, e que ao mesmo tempo são as mais conflictuosas. Os jogos tendem a ficar num stall pela necessidade de baixar a Bridge o mais rápido possível, e mesmo que o boardstate fique em favor, as 5/5 do -1 ficarão ali para sempre paradas e só já o -4 pode ganhar o jogo. Com Sword of the Meek, há uma menor dependência do planeswalker, da mesma forma que Splinter Twin pode retirar ou reduzir partes do seu combo.

Argumentos a favor: viabilização de Tezzeret como Tier 1/2, maior hipótese para decks de controlo (Esper e BUG em particular), hate generalizado de artefactos e cemitério lidam com o combo.
Contra: síndrome de Treasure Cruise, virtualmente qualquer deck Azul e Branco/Preto poderia auto incluir o combo e castigar decks aggro.

Aggro representa a fatia maior de Modern, seguido de Combo e Control. Se o formato mudasse com esta carta, seria a favor da menor parte, mas Aggro continua a ter as ferramentas necessárias para roubar jogos e responder a Sword of the Meek.

Se assim fosse, admito que iria gostar mais do formato.


Feliz ano novo e bom ano novo,
Comentários, críticas, desabafos, é só deixarem na caixa abaixo :)



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