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Top 10 Oddities - Modern Sideboard

Sejam bem vindos ao Top 10 Oddities, aqui vou apresentar listas de cartas que foram ou são usadas ocasionalmente, com melhores ou piores resultados. O objectivo é apresentar e discutir alternativas (neste caso, desconhecidas ou excêntricas) de techs para sideboards em Modern. Em todo o caso, não levem totalmente a sério algumas escolhas, vou tentar argumentar os pontos a favor e contra, mas, no fundo algumas poderão ser simplesmente parvas. Mas divertidas.

Afinal de contas, Magic, actualmente é jogado numa vertente muito mais competitiva que há uns anos (a culpa é da internet!), serve como uma oportunidade através de Friday Night Magic e outros eventos para socializarmos e nos divertirmos.
E quem não gosta sempre de ter uma história ou ser lembrado por: "E aquela vez que ele ganhou com aquela carta(...)!"



A primeira vez que vi esta carta foi num draft de Décima Edição, e pickei-a. Em minha defesa Terror e Nightmare já tinham sido pickados. Sim, porque Mind Bend pode matar um Nightmare.
Esta carta apareceu numa lista obscura de Merfolk e despertou-me um grande interesse. O que poderia Merfolk querer desta carta?

Quem se ri agora?

Ou aquela situação em que não têm Spreading Seas e o adversário não têm ilhas;
"É o seguinte, Mind Bend na Floresta, continua a ter o nome floresta mas passa a ter o tipo ilha e a dar mana azul, ataco para 20? ah espera tens counter?"
"Mas eu jogo mono green!"


Há outras aplicações possíveis; Valakut, the Molten Pinnacle (pré-Scapeshift) , Knight of the Reliquary, Wild Nacatl, Kor Firewalker, ... A verdade é que até abrange várias situações. Realisticamente falando têm de competir com Spell Pierce e Negate. A diferença é que Spell Pierce é muito mais relevante e eficiente em múltiplos matchups, por outro lado, se resolvem Choke e não o têm de mão, quando o comprarem será tarde de mais, enquanto que Mind Bend dá a volta ao assunto.

Também não ajuda contra Anger of the Gods, Engineered Explosives, Liliana of the Veil ou Ensnaring Bridge. Que lugar ocuparia? Muito possivelmente o do side contra Tron/Robots. Muitos sides têm dedicado espaço a Hurkyl's Recall e Steel Sabotage, de resto não é possível largar Spellskite, Relic of Progenitus, Dismember e Vapor Snag. Sem dúvida que a principal utilidade desta carta é combater Abzan ou Grixis. Em todo o caso,se por acaso usarem, não se esqueçam de filmar a reação do vosso adversário.


"Liliana +1" "Hm deixa pensar,..descarto isto, quatro à tua cara"
Rumores dizem que nunca mais ativou a habilidade +1 da Liliana of the Veil.
Não tenho conhecimento de esta carta alguma vez ter feito parte de um deck competitivo, no entanto, se algum dia 8-rack voltar em força, ou Deathcloud/Smallpox, jogadores de burn já sabem o que usar.

Na realidade, contra Grixis control não deixa de ser uma opção quase razoável, entre Inquisition of Kozilek, Liliana of the Veil e Kologhan's Command, há descarte suficiente, no pior dos casos paga-se dois para dar dois (é mesmo horrível). É uma carta high risk-high reward.

Emrakul? Ok, pode ser

Há duas conclusões possíveis para usar esta carta:
1) O oponente não têm criaturas, good game
2) O oponente revela um Emrakul, the Aeons Torn

Para a primeira hipótese temos; Lantern Control, Enduring Prison e ....praticamente mais nada. Para a segunda temos Polymorph, Tron, KCI Eggs, Reanimator. 


Lembro-me de ter visto esta carta a jogar em Jund (era-Deathrite Shaman), onde o primeiro turno foi precisamente Deathrite Shaman e turno dois esta carta. Do outro lado um jogador de Living End que rápidamente se apercebeu que a 3/4 era um clock muito mais rápido do que 6 turnos: cada cicling doía pelo menos um. 

É compreensível a escolha de Burning-Tree Shaman uma vez que na altura UR Twin, Jund e GR Tron eram os baralhos mais prevalentes (dominantes?) e com o bónus temporário de Second Sunrise em Modern. 

Actualmente em Jund dificilmente se justifica jogar uma 3-drop quando há 2-drop com muito mais impacto (Abbot of Keral Keep, Tasigur, the Golden Fang) ou mesmo Huntmaster of the Fells.
Por outro lado se Shaman Tribal alguma vez ganhar ímpeto (Rage Forger), ou talvez Naya Blitz (Burning-Tree Emissary), haja algum interesse em usar o Centauro.


No geral a carta é muito agradável, especificando à Liliana of the Veil é ainda melhor.
Qualquer baralho que contenha 4 Leylines of Sanctity de sideboard, deve e pode considerar Pure Intentions como um reforço contra Hand Disruption. 

O problema da Leyline é que o seu grau de eficâcia varia consoante as fases do jogo. É claro que pode simplesmente proteger-nos de alvos letais (Valakut, the molten pinnacle, Slaughter Games, Fireball, etc), mas o uso da habilidade +1 da Liliana of the Veil quebra a construção de mãos (combo). Uma das possibilidades é reduzir um número de Leyline para 3, principalmente no terceiro jogo se estivermos no play.


Actualmente é difícil justificar o uso de Bribery, mas RG Tron representa uma fatia significativa do formato. Em modern os melhores alvos são Emrakul, the Aeorns Torn (Goryo's Vengeance/Tron), Iona, Shield of Emeria ou Elesh Norn, Grand Cenobite (Gift's Ungiven) ou Keranos, God of Storms.
Contra Gift's e Goryo's é demasiado lento e não dá grande value, contra tron se o plano for tempo (Remand) é bastante plausível, no entanto turno 5 jogar um Emrakul (sem trigger de turno extra) para o nosso adversário baixar o seu próprio Emrakul (hardcast) significa que perdemos tudo. A carta em si no entanto é bastante forte, afinal é pagar 3UU e ficar com a melhor criatura do baralho adversário.


Inicialmente usei esta carta em UWR Resto/Kiki contra turno 3 Karn Liberated, a ideia era jogar Pestermite sem protecção, ameaçando um turno 4 Splinter Twin. Estar a trocar 3 cartas por 1 não parece boa ideia, mas com o +4 de Karn ou -3 fica mais equilibrado e obriga uma resposta imediata, se não acontecer, não é preciso Splinter Twin.
Quando passei para UWR Midrange (Geist of Saint Traft) a carta permanecia no sideboard sempre que havia Tron presente, por vezes o Remand não chega.


Porquê algumas listas de Tron usarem 1 Urborg, Tomb of Yawgmoth? Questionei-me se não seria coisa do Travis Woo e a sua versão Mono Black Tron (Diabolic Revelations). A verdade é que entre Thoughtseize e Murderous Cut afinal há cartas que justificam splash preto.
A primeira vez que vi alguem usar esta carta foi precisamente na VooDooGames, pelo Carlos Nunes a pilotar GR Tron, achei curioso pelo facto de este efeito ser normalmente exclusivo a azul e portanto quebrar a color-pie.

Fui então ao próprio para saber mais sobre a escolha desta carta:
"Estava a usar Imp's Mischief em GR Tron, porque utilizando uma Urborg, Tomb of Yawgmoth de main (tornando Sundering Titan mais eficiente), mais os ovos a partir para preto permitia o cast.
No entanto agora uso o Ricochet Trap, pois normalmente só os decks azuis é que tentam lidar com os meus terrenos e criaturas com spells, os decks pretos usam o Fulminator Mage e então fazia menos sentido."

Se analisarmos Imp's Mischief vs. Ricochet Trap, dentro do contexto de GR Tron,  o facto de um ser atingido por Spell Snare e necessitar de preto ao passo que a Trap se encontra dentro das cores do deck é de facto significativo, com o bónus de poder pagar um mísero vermelho e mudar o alvo de uma Spreading Seas.


Em modern é habitual haver mirrors matches. É normal ser decidido por quem compra melhor e por quem faz as decisões correctas.

Pessoalmente, e dado que não costumo jogar com baralhos, digamos... convencionais, há mirrors que me assustam profundamente. Já pensaram como será um mirror de Ad Nauseam? Torna-se num jogo que vai muito além do reino dos mortais, e os jogadores transcendem para um nível de Poker Face qual Scott Seiver qual Daniel Negreanu.

Agora imaginem Lantern Control. É uma corrida absurda para estabelecer o domínio primeiro. 
Conheçam Myr Mindservant. O que é que têm de especial?
Nos inícios da concepção do deck alguém propôs uma carta que lidasse com o mirror. O facto de ser uma 1/1 por uma mana incolor é perfeito para aplicar pressão e passar facilmente pela Ensnaring Bridge. A habilidade também é um trunfo pois altera o estado do grimório, vencendo um alvo de mill, com o bónus de poder puxar por uma Pithing Needle.
Será hilariante apresentar uma lista com um Myr Mindservant de sideboard, mas se algum dia se encontrarem numa sala cheia de jogadores de Lantern Control (podem pensar que entraram numa realidade alternativa), podem crer que ficam mais descansados.


Opens booster and expects good/playable rare. This comes.
Thanks Obama

Imaginem abrir um booster de Saviors of Kamigawa, e querem muito aquele Oboro, Palace in the Clouds, em vez disso sai um One with Nothing.
Há uma lenda de que em certa altura esta carta foi utilizada como Sideboard contra decks de Ebony Owl Netsuke. Não sei qual dos dois é mais improvável.

A única vez que vi One with Nothing a jogar, foi numa lista de Hive Mind, estou a falar da versão pré Amulet of Bloom/Primeval Titan. Em 2012 Seething Song não se encontrava banido (Rite of Flame foi banido em Setembro de 2011) e não foi preciso muito tempo (Janeiro 2013) até a brincadeira de aceleração de manas acabar.

Idealmente, não há cenário ideal para esta carta, mas...já desejei muito ficar hellbent para ter uma Ensnaring Bridge online, e poderia ter-me salvo alguns jogos nessas situações. Exceptuando essa situação extremamente específica só tenho a felicitar qualquer corajoso que explore esta carta.


E assim termina a lista de 10 cartas que fogem do paradigma convencional, um agradecimento especial ao Carlos Nunes pelo seu input e a todos os corajosos que fazem do Magic um pequeno laboratório de experiências e excentricidades.

Há alguma carta que deveria ter sido mencionada? Deixem as vossas picks e opiniões nos comentários, se for um desabafo também pode ser.

Obrigado pela leitura!
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